(Conto 1, "das Andanças") A verdade é que não havia mais ninguém em volta. A névoa daquela manhã de quinta-feira se fazia mais densa e fria do que nunca. O cheiro de " croissants" e cafés impregnava o ar como incenso numa procissão, e o som das asas das pombas ditavam o ritmo triste e fúnebre daquela manhã de primavera. 8h15 marcava o relógio da estação. Ainda me sobravam 8 minutos naquele banco frio, pois com uma precisão britânica o trem partiria as 8h23. Do inicio da plataforma ao vagão 18, acento 63 eram 316 passos - meu dei ao trabalho de contar a ver se me distraia. 8h24, o primeiro tranco do trem anuncia o adeus àquela cidade. Eu voltava calado, pensativo, a testa apoiada na janela, a alma e o coração no fundo do bolso. Durante todo caminho pensava com meus botões que tempos atrás o destino - ou isso que chamamos assim, tao descuidadamente, de Destino -, me havia dado certo " cadeau" : uma possibilidade de amor. Ou o que chamamos t...
Disclaimer: esta é uma "sala" da minha vida. Se você discorda, rejeita ou despreza o que escrevo, saia com a mesma elegância com que entrou. Não sou um célebre pensador, tampouco um brilhante escritor (e nem tenho esse desejo). Esclarecido isso, puxe uma cadeira, sente-se (a senha do Wi-Fi você já tem) e "amouse-toi bien".