Existem momentos da nossa existência que são feitos para (re)flexão. Para uns, datas festivas como Natal, Páscoa, para outros o casamento, o nascimento de um bebê, ou a morte de um ente querido. Pra mim, é a semana do meu aniversário. É este o período onde ciclos se fecham para que uma nova jornada possa dar início.
E hoje, a caminho do trabalho, pedalando minha magrelinha no melhor estilo #FariaLimaElevator, dei aquela (re)visitada no baú das memórias vividas nesses meus 35 anos de “andanças e peripécias”, e me (re)lembrei de tantas coisas, (re)cliando momentos e sentimentos.
(Re)lembrei de como tudo e todos que já passaram pelo meu caminho fazem parte da minha história, para o bem ou mal, e de como, de alguma maneira, eu também faço parte da história deles. (Re)lembrei de muitas coisas que não couberam nas minhas lembranças, e por isso acabei dividindo com aqueles que cruzaram com a minha vida, mas também (re)lembrei de algumas que eu guardo só pra mim até hoje.
(Re)lembrei da adolescência, da infância, daqueles domingos em que abrir o jornal, para descobrir quais filmes iriam passar durante a semana na “Sessão da Tarde”, era a minha única preocupação. Das peladas Homéricas de 1° de janeiro no campinho encharcado de lama em frente à casa da minha avó. Das viagens de carro com minha família para o interior e de como meu pai colocava as músicas no modo "(re)peat" quando gostava de alguma música.
(Re)lembrei dos velhos amigos, essas almas bondosas que me ajudaram tanto ao longo da caminhada. Dos novos amigos, que despertam sempre aquele sentimento de (re)começo e expectativa. Daqueles nem tão amigos, mas que ainda assim partiram carregando consigo uma parte de mim. Hoje, todos eles são eu. Todos.
(Re)lembrei também daquele velho companheiro que nenhum novo ciclo tem ajudado a colocar nos trilhos, mas ao qual tenho dado máxima atenção, carinho e paciência, afinal esse é um grande mestre em acumular volumosas histórias e memórias no coração: o amor.
E em meio a tantas (re)cordações imagináveis, fechei os olhos e agradeci (e quase caí da bike). Mas agradeci a Deus por estar vivo, com amor, com dor, lembranças, felicidades e saudades. Agradeci pelos caminhos que passei e os que ainda virão. Afinal, a gratidão é, também, aquele outro companheiro inseparável de cada ciclo. É aquele carinha que deve viajar dentro do coração, te ajudando a (re)conhecer e a (re)encontrar ventos certos em mares nunca dantes navegados, mesmo que às vezes seja apenas uma leve brisa, empurrando com calma e paciência o barquinho, mas que não deixa de ser uma oportunidade de avançar.
Andando sobre aquela linha tênue que grita no amanhecer de cada (re)ciclo: “a felicidade é o desejo pela (re)petição”, nos próximos 365 dias dessa nova jornada, quero (re)viver o novo, o extraordinário e o infinitamente grato! Mas mais do que isso, quero que todos aqueles que passaram (e outros tantos que passarão) pela minha história se sintam influenciados e parte disso, por que “há mais felicidade naquele que dá, do que naquele que recebe.” (RE)PARTIR é a chave.
E o prefixo (ou partícula) "re-" indica, no frigir dos ovos, exatamente isso: uma volta. Possui o mesmo significado que a locução adverbial "de novo", um "idem" contínuo, infinito. Uma mudança de estado, uma RESSURREIÇÃO.
(Re)vival is in the air.
Relembrar me causa estranheza, pois o misto de sensações não me deixar decidir se me fazem melancólico pela saudade de algo que não voltará mais ou se extasiado de alegria por poder tem vivido tais experiências... Poxa, trazer a tona esse tipo de reflexão é algo extraordinário. Parabéns Thiago pelo texto. Abraço.
ResponderExcluirÉ estranho ler sobre as suas lembranças e sentir que elas são tão iguais as minhas? É inacreditável como as angustias, desejos e receios se tornam tão comuns entre os desconhecidos. Obrigada por me lembrar que o importante mesmo é agradecer! Parabéns pelo texto :)
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